Um total de três ilhas forma o arquipélago das Berlengas: para além da Berlenga Grande, existem ainda as ilhas Estelas e Farilhões. Pensa-se que se terão formado há cerca de 280 milhões de anos, durante a criação de uma importante cadeia de montanhas: a Cadeia Varisca. O programa Ciência Viva coloca em evidência a importância deste arquipélago para a interpretação da própria história do planeta: "o arquipélago das Berlengas constitui um verdadeiro monumento geológico, registo importante da história da Terra e da formação dos continentes e dos oceanos".
Simultaneamente, a riqueza da fauna, flora e arqueologia destas ilhas justificam também o seu título de Reserva Natural. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) destaca o "ecossistema insular, o valor biolótico da área marinha envolvente, o elevado interesse botânico, o papel da ilha em termos de avifauna marinha e a presença de interessante património subaquático" como fatores que pesaram na classificação do arquipélago como Reserva Natural, há 38 anos. No século XV, esta tornou-se mesmo a primeira área protegida do país, depois de D. Afonso V proibir a caça na Berlenga Grande.
Um limite diário para visitar a Berlenga Grande
A partir de 2019, passou a ser estabelecido um limite de visitantes diário à ilha da Berlenga Grande: 550. Uma portaria da Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e Proteção da Natureza explica que o limite se justifica "pela existência de espécies e habitats naturais 'sensíveis' e a pequena dimensão terrestre do arquipélago, que obriga a haver condicionantes de segurança das pessoas e serviços de apoio em funcionamento".
Este foi o património explorado pelos cinquenta estudantes do ensino secundário e profissional que participam nesta academia promovida pela Forum Estudante e pela Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) de Peniche. Ao início do terceiro dia, o grupo viajou de barco até à Berlenga Grande, atravessando os 13 Kms que a separam do continente.
Chegados à ilha, os participantes começaram por ouvir o briefing para a atividade que se seguia, uma das grandes atrações do programa: o baptismo de mergulho. Foram partilhados os principais sinais e formas de comunicação com os profissionais que acompanham a atividade.
Durante a manhã, divididos por equipas, os participantes da Semana Tanto Mar conheceram o mar em profundidade, conhecendo as várias espécies que compõem este habitat.
Explorando a ilha
Há 181 anos que o Farol da Berlenga ilumina o seu pequeno pedaço do Oceano Atlântico. Instalado numa torre com 29 metros de altura, o farol começou por funcionar a azeite com refletores parabólicos. Nessa altura, de três em três minutos, era emitida uma luz branca, com relâmpagos de 10 segundos. Mais tarde, a fonte luminosa passaria a consistir em vapores de petróleo e, já no século XX, numa lâmpada elétrica.
Este foi um dos locais visitados pelos participantes da Semana Tanto Mar. Divididos em grupos, os estudantes puderam realizar várias atividades na ilha – para além do mergulho e de conhecer o farol, foi possível conhecer alguma da biodiversidade do arquipélago. O passeio pela ilha foi conduzido por dois técnicos do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), com explicação da fauna e flora da ilha, bem como visitas a alguns ninhos de cagarras.
Com o aproximar do final da tarde, o grupo regressou a Peniche. Na ESTM, a noite foi de preparações para a Gala Tanto Mar que se aproxima. O dia seguinte vai ser dedicado ao surf e ao desporto. Acompanha tudo na página de Instagram da Forum Estudante.