E se fosse possível
, numa exploração agrícola, tratar cada planta, cada legume, cada fruto, individualmente? Em termos gerais, é esta a proposta da agricultura de precisão. Utilizando diversos tipos de sensores (temperatura, gps, radiação, ph, etc…) é possível recolher dados específicos sobre as diferentes partes de uma cultura. 

Estes sensores cumprem a sua função – recolher dados – que são depois tratados com recurso a software específico. Em última análise, é possível, por exemplo, saber qual a quantidade específica de água que uma planta necessita, tendo em conta as suas características, para ter um crescimento ótimo. 

 

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Conforme destaca o portal agrotec.pt, a prática deste tipo de agricultura “aumenta a rentabilidade das explorações”, “pode melhorar a qualidade dos produtos, reduzir os riscos” e ainda “reduzir o impacto ambiental”. As metodologias destacadas dizem respeito à utilização de “mapas de informação” e de “sensores em tempo real”.  

 

O poder da informação

Em qualquer um dos casos, a palavra chave é a mesma: data ou informação. É através das tecnologias de recolha e análise de dados que estas técnicas são possibilitadas. O que possibilita uma valência adicional: é já possível o controlo remoto de uma propriedade, em que, com recurso a um tablet ou smartphone o agricultor consegue controlar e atuar sobre a sua exploração. 

No relatório Agricultura de Precisão: o futuro da agricultura na Europa, são delineadas três temas essenciais, no que toca à agricultura com recurso a novas tecnologias. Para os investigadores, é importante refletir sobre o impacto positivo que estas técnicas trazer a nível da “segurança alimentar”, “sustentabilidade agrícola” e nas “mudanças sociais”.  

 

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Ao oferecer a possibilidade de controlar e documentar a produção, as tecnologias de digitais contribuem para “uma agricultura mais transparente”, para além de “já permitir soluções que resultem em maior produção com menores recursos”.  

Relativamente à sustentabilidade agrícola, os investigadores realçam que, segundo as previsões, em 2050, o aumento populacional levará à necessidade de aumentar a produção em mais 70%. Assim, a importância de tecnologias que aumentam a rentabilidade fica também reforçada.  

 

Iniciar o futuro

De igual forma, o estudo destinado aos deputados do Parlamento Europeu coloca em evidência que esta mudança é, em certa medida, inevitável. Tal como os computadores, a internet, os smartphones ou o GPS mudaram a nossa forma de viver, “estas tecnologias vão despertar mudanças sociais nas comunidades rurais, iniciando novos modelos de negócio”. 

 


«[...] as tecnologias de digitais contribuem para “uma agricultura mais transparente”, para além de “já permitir soluções que resultem em maior produção com menores recursos”»


 

 

 

Alguns novos perfis profissionais como Geo-Engenheiros ou Agricultor Energético ilustram a mudança que é prevista para os próximos anos. Neste sentido, destacam os autores, será necessário que novas competências sejam adquiridas. Para os jovens agricultores do futuro, a tecnologia será uma realidade inevitável, acarretando a necessidade de formação específica. 

De uma lista de competências, os investigadores destacam o “trabalho com robots e drones”, conhecimentos na área da computação e programação de aplicações. Isto sem esquecer as competências nas áreas de gestão e de marketing.