O dado é destacado num relatório da Comissão Europeia, já no final da secção sobre os benefícios de fazer Erasmus: 1 em cada 4 estudantes Erasmus encontram o seu companheiro ou companheira de vida durante a sua estadia no estrangeiro. Para além disso, um terço dos estudantes Erasmus tem um companheiro ou companheira com uma nacionalidade diferente da sua.

Os números são revelados no relatório Erasmus Impact Study (EIS), como forma de ilustrar como a mobilidade tem um impacto que ultrapassa o crescimento profissional, afetando a vida pessoal dos estudantes, bem como as suas relações. Outro dos pontos salientados diz respeito à sua identidade europeia. Mais de 80% dos estudantes em mobilidade “sentem-se mais europeus no final da sua experiência”.


1 em cada 4 estudantes Eramus+ encontram o seu  companheiro ou companheira de vida, durante a sua estadia no estrangeiro


 

Olhando os números regionais, conclui-se mesmo que Portugal é um dos países onde este efeito é mais notório, com 89% dos portugueses envolvidos no programa a sentirem “um reforço na sua atitude europeia”. Este é um dado também ligado a uma visão diferente do seu local no Mundo – 94% a 97% dos estudantes Erasmus “conseguem imaginar-se a trabalhar e viver no estrangeiro”. Entre os estudantes que não fazem mobilidade, apenas 73% se imaginam a viver noutro país.

E o emprego?

Grande parte das conclusões do estudo centram-se no aumento da empregabilidade dos estudantes Erasmus. Este dado é suportado pelo facto de “61% dos empregadores considerarem a experiência internacional importante”. Acima de tudo, esta tem sido uma tendência crescente – em 2006, apenas 37% tinham esta opinião.

A maior facilidade em encontrar emprego graças ao Erasmus é especialmente presente em Portugal. “Os beneficiários do Erasmus na Hungria, na Polónia e em Portugal são empregados muito mais frequentemente, pouco depois de se diplomarem”, salientam os autores do estudo.

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As principais capacidades desenvolvidas identificadas são “confiança, curiosidade, capacidade de decisão, serenidade, tolerância face à diversidade e vigor”. De acordo com o EIS, todos os estudantes que fizeram mobilidade internacional tiveram valores mais altos na avaliação destas competências, especialmente os estudantes Erasmus. Através do seu período no estrangeiro, acrescentam os investigadores, “os estudantes em mobilidade aumentaram esta diferença substancialmente”, uma vez que “demonstraram valores mais altos que 65% de todos os estudantes”.

O estudo destaca ainda que este desenvolvimento foi sentido por todos os beneficiários do Erasmus, seja através da participação num programa de estudos, de estágio ou voluntariado. Os números são claros: 80% dos estudantes Erasmus afirmou sentir um crescimento.

Mais do que “arranjar emprego”

Os dados mostram que os empregadores valorizam a experiência Erasmus. O que leva os investigadores a lançar uma nova pergunta: será que os benefícios ficam apenas pela entrada do mundo do trabalho?

As conclusões indicam que as vantagens da experiência Erasmus se fazem sentir também noutros âmbitos profissionais, nomeadamente na progressão na carreira. De acordo com o EIS, esta é uma vantagem que “aumenta ao longo do tempo”. Se, cinco anos depois da experiência Erasmus, “o efeito é mínimo”, dez anos depois o cenário altera-se: “há mais 20% de Erasmus em posições de gestão”, comparando com os trabalhadores que não entraram no programa.

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Um dos dados que pode explicar esta conclusão está na própria perceção dos empregadores. Desde 2006, a percentagem de empregadores que afirmou que “os trabalhadores com experiência internacional recebem maiores responsabilidades” subiu 51%. De igual forma, no que diz respeito ao vencimento, “a diferença é ainda mais notória”: cerca de 40% dos empregadores confirmou que os trabalhadores com experiência internacional recebem salários mais elevados.

Os investigadores salientam ainda a influência nas capacidades empreendedoras: 7% dos estudantes Erasmus começou a sua própria empresa, com 46% do total de estudantes de mobilidade a afirmar que “consegue imaginar-se a abrir o seu próprio negócio” e 30% a planear fazê-lo.