Aproximadamente 23% dos estudantes de seis universidades portuguesas estão diagnosticados com doença mental

Em outubro de 2024, um estudo coordenado pela Universidade de Évora, que abrangeu estudantes de seis diferentes instituições de ensino superior portuguesas e 10 de sete países diferentes, revelou que quase 23% dos estudantes portugueses estão diagnosticados com doença mental. A amostra portuguesa, mostra que, entre os problemas de saúde mental mais mencionados, a ansiedade liderava com 19,4%, seguida da depressão com 13,3%. A maioria dos estudantes que apresenta sintomas depressivos, apresenta sintomas moderados a severos (38,9%), com aproximadamente 7,2% a apresentar sintomas graves.

Um em cada quatro estudantes toma medicação psiquiátrica

Um inquérito conduzido pela Associação Nacional de Estudantes de Psicologia (ANEP), em colaboração com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, onde participaram 1174 estudantes de 53 instituições de Ensino Superior, concluiu que um em cada quatro estudantes recorre a algum tipo de medicação psiquiátrica. A maioria dos respondentes eram alunos de licenciatura e mulheres, com uma média de idades de 24 anos.

 

Quase metade dos estudantes universitários apresenta sintomas depressivos


Resultados são de um estudo da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia (ANEP), em parceria com a Ordem dos Psicólogos e o Conselho Nacional da Juventude, divulgado pelo semanário Expresso.


 

Custo das consultas leva a que os estudantes não procurem ajuda

No estudo de avaliação da Saúde Mental entre Estudantes Universitários feito pela Universidade de Évora e apoiado pelo Compreensive Health Research Centre (CHRC), uma das razões pelas quais os inquiridos apontaram para não procurar ajuda foi “o facto de a ajuda profissional ser cara (58,5%) e o longo tempo de espera para conseguir uma consulta (50,2%)”. A investigadora Lara Guedes Pinho, uma das coordenadoras do estudo, realça que, perante este facto, é importante “uma mudança nas políticas de saúde mental, reforçando o SNS com recursos humanos suficientes para dar resposta às necessidades da população”. Esta mudança, acrescenta, deve ser efetivada “não só na promoção da saúde mental e prevenção da doença que cabe aos cuidados de saúde primários, como também na reabilitação psicossocial da pessoa com doença”. 

 

O estigma também leva a que os jovens não procurem ajuda

Uma investigação levada a cabo pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), concluiu que, num estudo que envolveu 702 universitários, que os estudantes com sintomas de depressão e ansiedade não procuram ajuda devido ao estigma. "As conclusões mostraram que os estudantes universitários com sintomas de depressão e ansiedade procuram ajuda mais frequentemente após serem expostos a uma intervenção de redução do estigma em relação à doença mental e que esse incremento no acesso aos cuidados saúde se manteve, mesmo sob o efeito do impacto da pandemia de covid-19", diz o ISPUP em comunicado, citado pela Rádio Renascença. 

O impacto da COVID-19

O impacto da pandemia da COVID-19 ainda se encontra a ser estudado e pode demorar anos até percebermos os seus verdadeiros efeitos na Saúde Mental. O estudo de avaliação da Saúde Mental entre Estudantes Universitários realizado pela Universidade de Évora e apoiado pelo CHRC revela que 23% dos estudantes que referiram ser diagnosticados com uma doença mental, 49,7% foram diagnosticados após a pandemia de Covid-19. Nos Estados Unidos da América (EUA), uma pesquisa da Active Minds em mais de 2 mil universidades concluiu que 80% dos estudantes universitários dizem que a pandemia da COVID-19 teve um impacto negativo na sua saúde mental.

 


amostra portuguesa, mostra que, entre os problemas de saúde mental mais mencionados, a ansiedade liderava com 19,4%, seguida da depressão com 13,3%.


 

Alunos universitários do Reino Unido reportaram pioria do seu estado de saúde mental

No Reino Unido, entre os anos letivos de 2016/17 e 2022/23, estudantes de licenciatura tiveram um aumento de dificuldades com a saúde mental, com os números a subirem dos 6 para os 16%. Grande parte dos casos foram reportados durante os últimos 12 meses do estudo levado a cabo pelo Institute Policy da King’s College London, numa altura em que se registava uma crise no Reino Unido com o aumento do custo de vida. 

Estudantes são vulneráveis a problemas de saúde mental

O estudo World Mental Health Survey, realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apontou que 35% dos universitários, de diferentes países, apresentavam sintomas de ansiedade ou depressão. Um estudo semelhante, realizado em Espanha, diz que um em cada três estudantes teve ao menos um problema de saúde mental nos últimos 12 meses, com apenas um em cada oito a receber tratamento.

 

 

 

 


Se precisas de ajuda, lembra-te: Não estás sozinho!

 Além dos serviços disponibilizados pelas instituições de Ensino Superior, também podes encontrar ajuda em linhas de apoio psicológico como o SNS 24, a SOS Estudante ou a SOS Voz amiga. Podes encontrar os contactos abaixo:
SNS24: 808242424;

SOS Estudante: 915246060 / 969554545 / 239484020;

SOS VOZ AMIGA (Lisboa): 21 354 45 45 91 / 280 26 69 96 352 46 60;

VOZ DE APOIO (Porto): 225 50 60 70;

TELEFONE DA ESPERANÇA: 222 030 707 / 960 340 851;

TELEFONE DA AMIZADE (Porto): 22 832 35 35;

LINHA CONVERSA AMIGA (Lisboa): 808 237 327 210 027 159