Com interpretação de Luísa Cruz, Mariana Tengner Barros, Vera Mantero e um grupo de jovens ginastas, John Romão regressa ao teatro como encenador com a estreia de 'Virgens Suicidas', de 15 a 18 de janeiro, na Culturgest, em Lisboa, e a 24 e 25 de janeiro, no Teatro Municipal do Porto - Campo Alegre.

Com uma linguagem clínica precisa, composta por detalhes misteriosos e eróticos, 'Virgens Suicidas' inspira-se no texto homónimo de Jeffrey Eugenides, adaptado para cinema em 1999 por Sofia Coppola, e na novela Mine-Haha de Frank Wedekind. O espetáculo retrata a educação de um grupo de raparigas adolescentes dedicadas à educação física, ao teatro e à dança. Vivem num aparente ambiente idílico, embora enclausuradas numa vida rotineira e rígida. Há algo de inquietante entre as paredes deste lugar: para além das raparigas sofrerem de isolamento absoluto, desconectadas do resto do mundo, a sua submissão a uma disciplina física severa desperta em cada uma um estado de exceção e desejos violentos de aniquilação.

Na peça, as personagens habitam um espaço confinado ao feminino, onde se observa uma vida rotineira e rígida: dedicam-se à educação física, ao teatro, à dança, à anatomia, num ambiente pautado pela disciplina e pela competitividade. Há algo de inquietante entre as paredes deste lugar: para além das raparigas sofrerem de isolamento absoluto, afastadas do resto do mundo, a sua submissão a uma disciplina física severa desperta em cada uma delas um estado de exceção a desejos violentos de aniquilação. 'Virgens Suicidas' ataca a natureza repressiva da educação, é um chamamento distópico às armas, marcado pela inauguração e o fim do corpo adulto. 

(Foto: Bruno Simão)

 

Virgens Suicidas em Lisboa e no Porto