Pode-se dizer que o ano de 2023 foi a afirmação da Inteligência Artificial Generativa e tal crescimento teve um nome: ChatGPT. A aplicação, lançada no final de novembro de 2022, alcançou a marca de um milhão de utilizadores em cinco dias e em dois meses já tinha 100 milhões de utilizadores.
Em anos anteriores, modelos de Inteligência Artificial generativa, mas de imagem e vídeo, também iam ganhando destaque. O DALL-E (da OpenAI como o ChatGPT), o DALL-E 2, o Midjourney e o Sora foram alguns dos modelos que surgiram entre 2021 e 2023.
Mas é preciso contextualizar: o que é a inteligência artificial generativa? Segundo a Forbes, esta é uma tecnologia que permite a criação de conteúdo original por parte de um computador, como “texto, imagens, música ou até mesmo vídeos”. “Ao contrário da inteligência artificial convencional, que é programada para executar tarefas específicas, a IA generativa é capaz de criar algo novo e inesperado”, explica a publicação.
O surgimento do ChatGPT impulsionou o rápido desenvolvimento de outros modelos de IA generativa e com o investimento de grandes empresas da área da tecnologia. Alguns dos exemplos são a Google com o Gemini (lançado em março de 2023), a Meta com a Llama (fevereiro de 2023) e mais recentemente o Grok desenvolvido pela xAI (disponibilizado em fevereiro de 2025).
Estes modelos são conhecidos como large language models (LLMs). Estes modelos de IA que são treinados através de enormes conjuntos de dados, podendo aprender padrões, relações e contextos presentes numa linguagem. A partir daí podem gerar textos, responder a perguntas, traduzir línguas, entre outras funções.
Já neste ano de 2025, surge um novo progresso na área da IA, com o lançamento do chatbot do Deepseek. O Deepseek foi o modelo de IA generativa com maior sucesso a ser produzido fora dos Estados Unidos da América (EUA) – o chatbot não só teve um baixo custo de produção como surgiu como a aplicação mais descarregada na App Store de iOS nos EUA no final de janeiro.
“Ao contrário da inteligência artificial convencional, que é programada para executar tarefas específicas, a IA generativa é capaz de criar algo novo e inesperado”.
Forbes
ChatGPT vs Deepseek: A corrida pela IA
A publicação norte-americana The Verge oferece-nos um olhar em profundidade sobre o lançamento e o crescimento do ChatGPT. Tanto o CEO da empresa OpenAI, Sam Altman, como a sua equipa não esperavam grande adesão ao modelo de IA tão cedo, com um dos funcionários a dizer que este “nem sabia fazer aritmética”.
Passados dois anos, a aplicação continua sem saber “aritmética avançada”, mas, em dezembro de 2024, a plaraforma contabilizava mais de 300 milhões de utilizadores ativos. Antes do lançamento, uma sondagem interna dos funcionários estimava que a aplicação tivesse entre 10 a 50 mil utilizadores. Quando alguém sugeriu que o ChatGPT iria ter um milhão de utilizadores, tal foi descrito como “bastante otimista”.
Alguns meses depois do lançamento do ChatGPT, a OpenAI apresentou o modelo GPT-4, que o periódico espanhol El País refere como sendo “um salto qualitativo quando comparado com a primeira versão da aplicação”. Contudo, desde essa apresentação que não existiram mais avanços significativos, o que, segundo o especialista em Linguagens e Sistemas Informáticos, Julio Gonzalo, faz crer que “parece que com o GPT-4 se chegou aos limites do que uma IA é capaz de fazer ao imitar o nosso raciocínio”.
Recentemente, com o lançamento do Deepseek, cujo chatbot também já está disponível através de uma app, testes mostraram que a sua capacidade de raciocínio para resolver problemas de matemática e ciência é equivalente à modelo o1 do ChatGPT, revela a revista Nature. Devido ao baixo custo de produção do Deepseek (dados divulgados na altura do seu lançamento apontam para um valor a rondar os 5 milhões de dólares), investigadores na área da AI afirmam que o Deepseek R-1 vai encorajar mais cientistas a utilizar LLM’s na sua pesquisa diária.
O que esperar das empresas de IA nos próximos cinco anos?
Se nestes curtos anos já nos deparámos com rápidos desenvolvimentos no mundo da inteligência artificial, na próxima meia década podemos continuar a ver mais criações de IA com o intuito de descomplicar o nosso dia-a-dia. Um desses exemplos é o novo assistente de IA da Open AI, Operator, que pode consegue executar tarefas básicas como fazer compras de supermercado online. Num contexto mais empresarial, o Operator também poderá a vir ser utilizado, podendo realizar tarefas como escrever código ou até agendar viagens.
Órgãos de comunicação social como a BBC estão a criar departamentos de IA para adaptar os conteúdos que produzem a diversos públicos, especialmente com o propósito de atrair as audiências mais jovens, notícia o The Guardian. Nos próximos anos vamos continuar a IA a transformar diversos setores, com diversas empresas a investir nesta tecnologia para não perder um comboio que se parece deslocar a alta velocidade.