As imagens de produções verticais mostram-nos um cenário que se situa algures entre o supermercado e o filme de ficção científica. E, no que toca a horas verticais, o céu pode mesmo ser o limite: "A beleza da agricultura vertical é que é possível ir tão alto quanto quisermos – desde que se tenha um sistema que funciona eficazmente", escreve o jornal britânico The Guardian.

O vertical farming consiste em fazer crescer culturas em áreas terrestres mais pequenas. O que significa, normalmente, ter mais do que uma "camada" de produção, existindo vários níveis de altura de cultivo. Por essa razão, esta técnica é habitualmente associada à agricultura urbana e citadina, devido à necessidade de rentabilizar espaços mais reduzidos.


De acordo com a IDTechEx, o valor de marcado da agricultura vertical subirá dos atuais 709 milhões de dólares para 1.5 mil milhões, em 2030.


 

De igual forma, esta técnica está normalmente associada à agricultura indoor, ou seja, as plantas são geradas dentro de portas, "dentro de condições ambientais totalmente controladas, utilizando luz artificial em vez de contar com o sol", explica a consultora IDTechEx.

 

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Mais-valias e obstáculos

As vantagens apontadas a esta técnica são várias. Desde logo, através das instalações de hortas verticais, o ambiente pode ser adaptado às necessidades específicas da planta, durante os 365 dias do ano. Por outro lado, seria possível deslocalizar a produção agrícola, permitindo grandes quintas no interior do perímetro urbano.

Isto teria consequência na pegada ecológica da cadeia de distribuição e diminuindo o risco de extravio ou contaminação dos produtos. Por outro lado, a técnica permite ganhar "terra", rentabilizando espaços tradicionalmente não cultiváveis. Este dado terá especial interesse, tendo em conta as necessidades alimentares do futuro.

 


De acordo com um artigo da revista Visão, a agricultura indoor poderá representar uma poupança de 98% de água utilizada e um acréscimo de 23% de fibras alimentares.


 


Nesta produção, contudo, nem tudo são flores. A diversidade de culturas adaptáveis a estas condiçóes e o custo energético são alguns dos desafios colocados. Ainda assim, alguns especialistas apontam claros benefícios, nomeadamente a rentabilização do uso da água, a diminuição na utilização de fertilizantes e a remoção de pesticidas e herbicidas.